sábado, 31 de julho de 2010

Entre a luz e as trevas.

Por mais que eu prefira me trancar aqui no meu quarto escuro e ignorar os humanos lá fora, a minha curiosidade sempre me faz querer olhar aquela fresta na janela. Ver que luz quente é aquela que teima em invadir a minha escuridão.
Por vezes não quero essa luz, mas ela me parece tão acolhedora, parece tão boa e confortável, que me faz querer abrir a porta.
Ai eu brigo comigo mesma por causa disso e acabo por abrir uma parte.
O problema consiste aí, reside aí.
Quando eu abro um pouco pra 'espiar' a luz invade o quarto todo, escancara a porta e me preenche. E derrepente meu mundo não é tão mais escuro.
E eu vou em busca dos sentimentos acolhedores que aquela luz oferece.
E peno, e sofro e busco. E encontro. Encontro sim.
Mas ele não é doce. Não me causa aquela mesma sensação de outrora.
Ele fere, queima, machuca. Impregna.
E causa dor e sofrimento.
E eu choro e sou consumida pela luz que eu acreditava ser benigna e não é.
E a culpa é sua, é dele, deles, de todos.
De todos os que sorriem e gritam que os sentimentos são bons e que tudo é feliz.
A culpa é sua e de todos e minha também que não sei lutar contra a minha curiosidade e me entrego a tudo isso.
E acabo por gostar e me apegar, e me entregar. E amar demais.
Querer demais e ficar em dúvida. E machucar pessoas e me machucar.
Então quando eu não mais suporto a dor, eu fecho a porta.
E me tranco no quarto escuro.
Não, não sorria. Não faça a luz entrar por baixo da porta.
Não me obrigue a abrí-la e passar por tudo novamente.
Não sei se suporto.
Não mais.

quinta-feira, 29 de julho de 2010

Pedidos e vômitos.

Tem horas que tudo o que eu faço é pedir.
Pedir que a roda pare de girar, porque todos esses sentimentos e pensamentos se misturando dentro de mim me dão ânsia de vômito.
E então eu corro pro meu banheiro, o papel, e vomito todas essas palavras confusas que ninguém vai entender. E por vezes nem eu entendo.
Tudo o que eu faço é segurar ao máximo enquanto a roda gira e quanto não aguento mais, solto tudo de uma só vez.
E quem dera eu pudesse me sentir aliviada depois disso, mas não.
A roda continua a girar e a misturar as coisas como num liquidificador e depois de um tempo eu volto a ter vontade de vomitar.
E volto aqui e despejo tudo novamente, gira, enjoa, despejo. Um círculo vicioso.
Círculos me dão enjoo.
Então eu peço pra rodar parar.
Peço pra essa voz aqui dentro se calar, o seu nome sumir da minha mente e esse sentimento sair do meu coração. Peço pra parar de vomitar palavras sem sentido pra tentar explicar esse sentimento que tem menos sentido ainda.
Peço pra ter forças pra esquecer de tudo e seguir em frente. Peço pra poder sonhar que estou voando, ter a sensação de liberdade ao invés de ter seu rosto me prendendo todas as noites. Peço pro teu cheiro sair do travesseiro ou pro teu sabor sair da boca quando eu escovo os dentes.
Nada adianta, eu acordo chorando e pedindo.
Nada adianta, eu durmo chorando e pedindo.
Tem horas que tudo o que eu faço é pedir.
Quero ver em qual hora eu vou ser atendida.

domingo, 25 de julho de 2010

Ao alcance das mãos e as lágrimas sofridas.

Se hoje, aqui e agora eu pudesse te alcançar, tenha certeza que talvez eu o ferisse.
O seguraria com todas as minhas forças, e unhas e dentes e te prenderia entre os meus braços de forma que não houvesse espaço algum entre nós.
Se hoje, aqui e agora eu pudesse te alcançar, eu te abraçaria forte e apoiaria a minha cabeça em teu peito e choraria todas as dores que trago comigo. Porque você é meu acalento, meu sustento, meu complemento e minha cura.
Saiba que eu derramaria sobre ti todas as minhas amarguras, as minhas tristezas e as feridas que tanto queimam durante a noite.
E eu talvez te machucasse com tudo isso, mas eu sei como você é. Sei que apenas sorriria, diria pra eu ficar em silêncio e apenas chorar, porque só você sabe como agir comigo.
Sei que se hoje eu te tivesse comigo, todas essas lágrimas solitárias que eu despejo noite após noite seriam secas com um beijo e um mexer nos cabelos. Sei que toda essa dor latente seria curada com seu sorriso e a promessa de que tudo vai ficar bem.
Se hoje eu pudesse te alcançar eu gritaria meu amor e imploraria teu perdão, e me arrastaria aos teus pés, pois reconheço os pecados que cometi.
Se hoje eu pudesse te alcançar eu te prometeria a eternidade, o sentimento supremo e toda a devoção que se possa existir.
Mas eu não te alcanço e ao contrário, a cada dia você se afasta mais.
E segue seu caminho segurando uma outra mão, enquanto eu não consigo sequer me desprender da lembrança de quando você segurava a minha. E eu fico ao longe vendo tuas costas quando você vai embora e choro.
Choro sozinha, abandonada, como faço agora. E desconto minha raiva em outros e faço merda sobre merda e peço que o mundo se dane.
Que tudo caía e se acabe e que me levem junto da total destruição.
Eu não consigo, não posso existir sem você. E quanto mais eu sorrio, e beijo outras bocas e tento novos amores, mais eu me sinto só no final da noite e abraço o travesseiro chorando lágrimas suas.
Maldita falta de você que ocupa tanto de mim que eu acabo por me esquecer.

sábado, 24 de julho de 2010

Você, eu e o pedestal entre nós.

O que me destrói na verdade, é a sua grandiosidade.
E como você me parece sempre tão distante e inalcançável.
É ver como as pessoas se aglomeram ao seu redor, e te admiram, e te adoram, e o fato de eu ser apenas mais uma entre elas.
O que me destrói é poder te tocar, mas saber que você não se sente tocado entende?
Destrói-me o fato de você sempre sorrir e fazer meu coração aquecer-se apenas com isso. E você sorri de forma despretensiosa e não sabe o efeito que isso me causa.
E sorri pra todo mundo e trata todo mundo bem, inclusive eu.
Às vezes me pergunto se não seria melhor pra mim, não ter que ver o seu rosto sorridente, ou ouvir a sua voz e ver você falar o tempo todo que tudo está bem, que tudo sempre vai estar bem, quando nada está bem pra mim.
O que me destrói é ter que mentir pra você, mentir pra mim e mentir pra todos ao redor que eu não me importo, que posso já seguir em frente e que acredito inocentemente que vou encontrar alguém para mim.
Destrói-me ter que fechar os olhos e pensar em você e saber que naquele mesmo momento você deve estar pensando nela. Fere-me saber que são os beijos dela que você deseja, que é o amor dela que você preza e busca.
Fere-me, machuca, dói. E faz sangrar. Mas você não vê, ninguém nunca vê.
O que me machuca é olhar outros olhos, beijar outras bocas e acalentar-me em outros braços apenas para suprir a falta dos teus.
Isso quando eu consigo querer outros braços.
Incomoda-me te ver ali, tão perto dos olhos e tão longe do alcance das mãos. E quando os meus dedos esticados te alcançam, você segura minha mão, sorri e diz que uma hora vai passar e depois a solta.
A deixa caída, igualmente eu fico por dentro. Caída. Quebrada. Despedaçada.
Como uma rosa.
Como um das rosas que todos colocam aos teus pés ao venerar-te.
O que me destrói é o fato de você ser inalcançável, inatingível e parecer sempre tão superior a mim.
Mas o que eu me pergunto sempre é: será que se você olhar para baixo daí do seu pedestal, vais conseguir ver as lágrimas secas em meu rosto?

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Minhas muitas raivas de mim mesma.

Odeio essa minha ingenuidade. Odeio essa minha maneira de lidar com as coisas e acreditar fielmente de que uma hora vai dar certo.
Queria na realidade ser pessimista, ou realista se quiserem assim chamar. Na verdade eu sou, sou muito realista, mas não quando se trata das coisas que eu quero.
Quando se trata das coisas que eu quero eu acredito piamente até o fim. Por vezes até mesmo depois do fim.
Talvez seja a minha força de vontade, a minha nunca desistência ou se quiser assim chamar a minha ingenuidade.
Odeio essa minha ingenuidade e toda a credulidade que existe em mim.
Na verdade não queria ser tão crédula, e ultimamente acho que aos poucos o meu crer está se esvaindo. Certa vez achei que isso seria bom e quem sabe ainda o seja.
Quero na verdade não é crer ou deixar de crer, quero na verdade é apenas lidar com o real, sem alimentar falsas esperanças ou sem desacreditar de tudo.
Quero acreditar no que for pra acreditar e não acreditar no que não for pra acreditar, simples assim.
Mas comigo nunca funciona. Sou 8 ou 80 e também odeio isso em mim.
Queria saber ser mais parcial, mas sou exageradamente exagerada. Quando quero, quero muito ou então não quero absolutamente nada.
E agora eu estou desacreditando. Talvez dos sentimentos, talvez de mim mesma, ou talvez das outras pessoas. Ou talvez eu esteja desacreditando de tudo, sou 8 ou 80.
Só sei que sinto demais e é justamente o meu sentir que me irrita tanto. E eu sempre acabo estragando as coisas no final por insistir demais.
Odeio a minha insistência.
Odeio o fato de conseguir guardar um sentimento por tanto tempo intocado dentro de mim. E me envolver com outras pessoas e sorrir, e brincar, mas ainda alimentar aquele sentimento que por vezes ninguém nem sabe que existe.
E odeio demorar demais pra expor ele e quando expuser não levar a nada.
Odeio meu sentimentalismo idiota e a minha tosca ingenuidade em acreditar que vai dar certo, porque não dá, nunca dá.
Odeio tantas coisas em mim que por vezes não acredito que alguém me possa gostar. E voltamos a minha falta de credulidade ultimamente.
Aí quando eu penso nos meus muitos defeitos entendo o porquê eu me sinto tão só. E entendo porque no final não deu certo.
Então eu tranco o sentimento de novo e deixo-o lá.
Quem sabe um dia... Ou não.

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Solidão e roupa suja.

No final, eu sempre prezo pelo querer.
Pelo meu querer pelo querer.
No final, eu sempre deixo a emoção falar mais alto que a razão e acabo em lágrimas. depois eu as seco, sorrio, sigo em frente até o momento eu onde vou cair no mesmo buraco e sujar as minhas roupas.
E o pior é saber que depois eu vou chegar em casa e não vai ter ninguém me esperando. Eu vou estar lá, sozinha. Ouvindo alguma música romântica e bebendo vinho. E a roupa suja também vai estar lá. Sozinha. Seremos duas sozinhas.
Tudo culpa do querer.
Dele e da minha incapacidade de ir contra ele.
No fim eu sei que por mais que eu diga não, quando eu quero dizer sim, eu vou acabar dizendo sim.
Talvez seja estupidez ainda olhar pelo vidro da janela e esperar que você apareça;
Talvez seja ingenuidade acreditar que ainda resta esperança.
Eu não sei ao certo o que pensar, e esse monte de gente me cercando piora a situação.
As pessoas não entendem que eu não quero nada com elas. Não entendem que eu não quero nada com nada que não seja você;
Ou talvez o problema seja exatamente ao contrário.
De tanto querer eu acabo por querer a todos e acabo por dar falsas esperanças para os outros esperando que você me dê esperanças.
Já não sei ao certo sobre o querer.
Só tem algo que eu sei realmente.
É que quando eu voltar pra casa, eu não vou ter ninguém pra conversar enquanto eu lavo a minha roupa.

terça-feira, 13 de julho de 2010

A falta de totalidade e nada de final feliz.

Eu posso passar anos, e meses, e dias, e horas, e minutos assim. Aqui, te esperando e esperando que a porta se abra e eu possa ver o seu sorriso. Bem ali, naquele canto, como se você nunca tivesse ido.
Eu posso fechar os olhos e ficar aqui, em mim, acreditando que quando eu os abrir, você estará ali do lado, daquele mesmo jeito. Dormindo de frente pra mim, porque antes de dormir, gosta de me ver dormir.
Eu posso suspirar e olhar o relógio acreditando que quando der determinada hora o celular vai tocar e você vai me dizer que saiu do trabalho e vai me chamar pra comer algo no restaurante chinês.
Posso viver aqui, sozinha, relembrando os filmes, as músicas, as flores, os chocolates e relendo esses cartões. Eu posso viver assim, talvez não seja saudável mesmo, talvez eu deva esquecer tudo isso e seguir em frente.
Mas me parte o coração ouvir a sua voz ao telefone me dizendo que no final eu vou ficar bem. Que daqui a pouco vai passar, que você entende o que eu estou sentindo, mas que se eu cheguei até aqui, eu posso ir adiante sem você.
Que eu vou encontrar um novo amor, que eu vou ser feliz e que tudo vai ficar bem. E repete que tudo vai ficar bem, ficar bem e ficar bem.
Não. Nada vai ficar bem sem você. Sim, eu posso beijar outras bocas e até mesmo amar outras pessoas, mas nunca com esse amor. Nunca com essa totalidade.
O problema é justamente esse, a falta do total. Eu nunca consigo ser totalmente eu com outro alguém ou me doar totalmente a alguém. Sempre vai haver um pedaço seu, e por menor que ele seja um dia, ainda vai estar ali. Amanhã e depois e depois.
Então não venha me dizer que tudo vai ficar bem ou que amanhã eu já vou ter esquecido.
Não venha me iludir de que há uma príncipe encantado esperando por mim em algum lugar e que ele e eu seremos infinitamente felizes. Não me venha com conto de fadas, baby.
Eu aprendi a desacreditar deles desde quando você se foi.
Se o meu final feliz não foi com você, não vai ser com ninguém.
Só vou ter um final, como todo mundo. Não fui escolhida como princesa para ter um final feliz.
Sou simples e teria simplismente um final.

domingo, 11 de julho de 2010

Amor e tatuagem.

O amor é como uma tatuagem.
É gravado e quando tentamos apagar acaba deixando uma marca que ficará em nós para sempre.
O amor é como uma tatuagem.
Fere, queima, machuca, gruda na pele, pode ser apagado, mas nunca, nunca será esquecido que ele já esteve ali.

sexta-feira, 9 de julho de 2010

Sentimentos e areia.

Descobri que sentimentos grudam na pele como areia.
E por vezes incomodam tanto, senão mais que a própria areia.
Descobri também, que a areia saí quando se lava, mas que os sentimentos não.
Descobri que a areia gosta de água salgada. Mais um ponto em comum entre os sentimentos e areia.
Acho que por isso o sentimento nunca saiu. Porque eu o lavava com água salgada, as lágrimas.
Sentimentos são como areia, incomodam e gostam de água salgada.
Talvez eu deva lavar os sentimentos de outra forma.
É. Acho que é isso.

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Superhero

I need a superhero
Cause I am just a girl
And I have no one who will go
And save me from this world.






The Pretty Reckless

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Enquanto tiver essa voz gritando por você aqui dentro, vai ser difícil dar espaço pra outro alguém.
Enquanto tiver o seu nome tatuado em meu ser, vai ser difícil dar espaço pra outro alguém.
Então não me olhe com essa cara de 'você vai superar', não me peça pra seguir em frente e não me diga que há tantos outros espalhados pelos cantos, por enquanto você estiver em mim, vai ser difícil dar espaço pra outro alguém.