quinta-feira, 19 de agosto de 2010

E mesmo que eu sorria e diga o contrário, só eu sei que ainda vou chorar por você à noite, que ainda vou me culpar pela sua partida, que ainda vou esmurrar as paredes e praguejar contra o amor. E mesmo que eu gaste e desgaste meu vocabulário enfatizando que não te amo mais, só eu sei que essa é a mentira que corrói minha alma.

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Meu cansaço.

Cansei.
Cansei de chorar lágrimas minhas nunca correspondidas, ou lágrimas de outros que eu nunca poderia corresponder.
Cansei de esperar a campainha tocar ou dormir com o telefone do lado.
De dizer palavras que ninguém nunca vai se importar ou de ouvir palavras que não fazem diferença pra mim.
Cansei de agarrar o travesseiro pra acreditar que seu cheiro ainda está ali.
Cansei de esperar demais das pessoas e me decepcionar no final, ou de decepcionar as pessoas no meio do caminho.
De escrever palavras que talvez você leia, talvez não e que no fim dão no mesmo.
De ouvir canções que me fazem te lembrar ou de ouvir canções pra tentar te esquecer.
Cansei.
De gritar nomes perdidos na noite com a tola esperança de que alguém responda. De fazer promessas pras paredes e de ouvir promessas tão vazias quanto o apartamento agora.
Cansei dessa vida vazia que eu finjo estar sempre transbordando de cheia.
Cansei de sentimentos, de pensamentos, de 'quereres'.
Não quero mais nada, não espero mais nada, não vou sentir ou pensar mais nada.
Vou me adaptar a inércia, vou me desapegar de tudo, vestir a armadura e esquecer o que é o amor.
Ah, o amor. Cansei principalmente dele.
Dele e de seus truques malditos, armadilhas ferrenhas e pesares tristonhos.
Dele e de suas correntes apertadas demais e suas doses de entorpecente.
É, cansei baby.
Do amor, de você e de mim.
Simplismente cansei.

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Pra ter certeza do sentir.

Existem pessoas que são más por natureza, existem pessoas que se tornam más por estarem lutando por algo que querem muito.
Maldade, igualmente a bondade é uma questão de visão.
Às vezes a maldade não é intencional, a pessoa só não sabe mais o que fazer pra não sentir aquele vazio toda vez que deita a cabeça no travesseiro.
Talvez o ato da maldade também não a deixe feliz ou com a consciência limpa e mesmo que no final da noite a pessoa tenha raiva de si mesma por ter cometido uma maldade ela ainda assim está feliz. Por sentir raiva.
Por ainda ser capaz de sentir, qualquer coisa que seja.

domingo, 8 de agosto de 2010

Eu só queria que você devolvesse o meu coração...



Pra eu poder dá-lo a alguém.

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Um corpo parado, continua parado.

E na maioria das vezes eu olho os outros rostos com o intuito de que algo desperte dentro de mim.
Inútil. Sorrir e receber sorrisos se tornou inútil.
Não há nada, não há mais nada aqui dentro.
Às vezes o vazio parece tão grande que eu me perco e não sei dizer o que se sinto, ou se ao menos sinto algo.
Fico irritada quando penso em me mover, em seguir em frente, não é que eu não queira prosseguir, é que eu não sei como, juro que não sei.
Toda a indecisão que habita aqui dentro, acho que é inércia.
Sim, é isso, claro.
Inércia.
Um corpo parado tende a continuar parado.
Um corpo se movendo tende a continuar se movendo em velocidade constante.
Estou parada.
E parada continuo. Continuarei, até que alguém me empurre ou me puxe.
Por isso eu olho outros rostos com o intuito de que algo desperte.
Isso, eu quero uma pedra quebrando o vidro da minha janela, um carro batendo na traseira do meu carro e me sacudindo. Quero algo que me acorde, me desperte desse sonho constante, onde eu continuo parada.
Se estou parada, não há continuação.
Aí eu vagueio e volto ao nada, a esse vazio aqui dentro.
E ficamos assim, eu, a minha inércia e os sorrisos que talvez um dia despertem algo.