segunda-feira, 24 de maio de 2010

Eu nem preciso estar perto para sentir os seus gostos. Ou no caso, os gostos que você causa em mim.
Nem preciso deles em minha língua para saber como são.
Eles pairam no ar e impregnam na pele, na carne e na alma, apenas ali, na brisa, no vento, na ausência da sua presença.
Por besteiras, bobagens, trivialidades, superficialidades.
Vez ou outra eu sinto gostos vindos de você. Vez ou outra eu sinto gostos justamente por você não estar ali.
O gosto amargo de abrir o msn, o google talk, ou mesmo o twitter e não ter sinal seu. O gosto ácido de trocar duas ou três palavras com você e não mais do que isso porque você tá sempre ocupado demais.
O gosto azedo de te ver ali como 'ocupado' ou 'ausente' e a vontade me corroer enquanto a coragem me escapa pelos cantos com medo de te atrapalhar.
O gosto doce de enfim conversar com você, e arracar risadas suas, e palavras suas e algumas vezes confissões.
O gosto salgado das lágrimas que vem ou outra teimam em rolar por um simples palavra sua, e por uma simples falta de palavra.
Já não sei ao certo e me perco em tentativas frustradas de entender, esquecer, correr atrás, desistir.
O que me machuca é a vontade de lutar, mas estar de mãos vazias. Sei que minha paixão pela vitória (e por você) me fariam ir ao fim do mundo se preciso, lutar até a morte se preciso, mas me faltam armas, as armas que você me tira com palavras desconexas que me fazem bater contra a parede que nos separa.
Seria mais fácil se não fosse tão longe? Seria mais fácil se houvesse o olhar?
Ficar me perguntando, me maldizendo, me contradizendo, não responde nenhuma questão que minha mente formula. Então me resta apenas deitar hoje e reviver o gosto doce de 4 dias atrás.
E rezar pra que amanhã você me dê o doce para que eu não precise provar o salgado.

domingo, 23 de maio de 2010

Eu aprendi que nem sempre o certo resulta no melhor resultado. Que a sinceridade machuca e destrói igualmente uma mentira, aprendi que agir da maneira correta causa dor de cabeça, mas ao menos não deixa na boca aquele gosto amargo da falsa ilusão.
Faça o certo, mesmo que pareça que você vai se machucar.
Porque quando sarar, não vai sobrar nem cicatriz.

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Sabe aquela promessa que eu fiz? Não, você não sabe, mas eu fiz mesmo assim.
Eu ainda guardo no peito. Não há mais aquele anel no dedo, mas eu ainda tenho a promessa e a lembrança em mim.
Tenho a lembrança de minhas palavras, de suas palavras. A lembrança do sabor de cada beijo que nunca aconteceu. A lembrança de cada sorriso não visto, de cada toque não sentido, de cada olhar não refletido.
E mesmo assim, eu a mantenho em mim.
A lembrança quente, que arde e queima e teima em não me fazer abandonar ela. Negar, renegar, evitar já não está mais sob minhas condições.
Não querer, não desejar, já não está mais sob meu controle.
Não há como mentir ou omitir o sentimento. Você sabe, eu sei, todos sabem. Mas nós não sabemos até onde vai, quando vai e como vai, mas eu espero que vá.
Hoje, amanhã, daqui a anos, eu não me importo. Na hora que tiver que ser, será. E se não for pra ser, eu terei sempre a lembrança.
A lembrança, a promessa particular e um anel dentro de uma caixa escondida em algum lugar.

sábado, 15 de maio de 2010

Borboletas

As palavras fogem de mim. Ultimamente elas tem escapado de minhas mãos e voam livres pelo céu como borboletas.
Elas voam e se vão, e depois voltam apenas para que eu lembre da existência delas. Quando eu tento pegá-las novamente, elas voltam a voar.
Elas dançam e encantam a visão, são azuis, amarelas, vermelhas, verdes, e de todas as cores. Encantam os olhos e o coração. Repletas de feixes de luzes feitos de sentimentos.
Elas bailam e se vão e voltam e caem e sobem outra vez.
As palavras tem formato de borboletas. As mesmas borboletas que eu sinto no meu estômago quando falo com você.
Elas mexem aqui dentro e eu me sinto mexer junto.
Elas mexem em mim, quando você mexe comigo.
E quando me fala.
Mesmo sem fala.
Porque às vezes faltam palavras.
Elas faltam porque voam. Livres. Belas. E desejáveis.
Desejosas de expressar-se, mas sem saber como.
Vez ou outra, elas pousam.
E dissolvem-se nessas palavras.
Mas elas só pousam por você.
E transformam-se em palavras por causa das suas palavras.

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Alguém como você.

Não ligue pro que eles vão falar
Ninguém está aqui no meu lugar
Nem sente o que eu sinto por você
Ninguém entende nada, eles nunca vão saber

Não deixe um sussurro te assustar
Nem pense como eles vão pensar
Só ouça o nosso coração bater
Não precisa dizer nada, eles nunca vão saber

Como é não ser só
Como é amar sem sofrer
Como é gostar e querer
Como é ter alguém, como é ter alguém...como você.
Como você.




Ps: A letra parece ser bobinha e muita gente não dá valor por ser Sandy e Júnior, mas eu gosto dela. *-*

terça-feira, 4 de maio de 2010

Problema

Por mais que eu encare o problema de frente, eu sei que eu não sei resolvê-lo. Sei que não adianta bater na mesma tecla, gritar com as paredes, culpar meu coração dependente ou meu sentimentalismo exacerbado, que nada se resolverá.
Mesmo que você me fale sobre o seu problema e o ache maior que o meu, eu discordo. Já te disse que tenho os meus motivos pra ver e crer que seu problema não se compara ao meu. Não que eu menospreze sua situação, mas ambos sabemos bem que ninguém se envolve mais em tudo isso do que eu. Sabemos também que minha sinceridade, minha paixonite aguda e minha devoção deliberada pode causar ainda mais problemas em cima de nossos problemas.
Mas mesmo que o problema deite e durma comigo todas as noites, e me faça sonhar todas as noites e me faça querer encher a cara pra ter coragem de gritar tudo pro mundo e mandar tudo se fuder, eu gosto do problema.
Talvez você seja meu maior problema, e o meu melhor problema, como você disse uma vez que eu era o seu.
Somos nossos problemas e tratamos nossos problemas juntos.
Claro que ficar em silêncio ou apenas te olhar quando minha vontade é jogar-me em teus braços, se torna cada dia mais complicado. O problema lateja, grita, escala muros e fere as mãos, mas insiste.
Se ferra, se destroi, mas resiste.
Meu problema é insistir, resistir e não desistir de você.
E quando a noite chega e me diz pra mudar, pra parar, pra não continuar para não me envolver, o problema me abraça e diz que uma hora ele vai se resolver e me faz querer que ele fique ali até que a solução chegue.
Porque você é o problema que eu quero ter, e quero resolver.
Admito sim, que você mexe com minha cabeça, e que cada vez que olho nos teus olhos, ou cada vez que sinto teus lábios pousarem suavemente sobre os meus, sinto um conforto e um bater acelerado no meu coração.
Admito sim, que quando você não está perto eu sinto sua falta e quando você está perto eu não quero deixá-lo ir. Admito sim, que gosto do teu cheiro, que gosto do teu gosto e de sentir tua pele sobre a minha.
É admito, baby, que gosto de você e quero que você seja sempre esse problema que confunde minha mente e me tente.
Me tente e deixe-me te tentar. Te tentar resolver, ou se não houver solução, deixe-me ao menos perder-me na equação.

sábado, 1 de maio de 2010

Reflexos

Mesmo que eu encare o espelho por vezes e horas a fio, eu não me vejo. Não completamente, eu digo. Quero dizer, não por inteira, como eu sou, por dentro, entende?
Mesmo que eu encare o espelho demoradamente e fixamente, não me vejo.
Pelo menos não me vejo como vejo meu reflexo nos seus olhos.
Ali, naquele reflexo do seu olhar eu posso me ver mais claramente. Mais verdadeiramente.
E sei que você também se vê quando me olha nos olhos, porque nós temos esse hábito. De ficarmos olhando um ao outro fixamente nos olhos. E isso me deixa confortável. Como se ali, naquele instante, com você, eu pudesse ser eu mesma sem máscaras ou disfarces.
E mesmo com os disfarces que nos cercam, quando há somente você e eu, as cortinas da peça teatral se fecha e resta apenas dois atores em sua plenitude e com seu reflexo real em outros olhos que olham fixamente.
O que importa é que nos poucos instantes somos nós mesmos olhando apenas para nós mesmos.
E os sorrisos fluem, as palavras flutuam e os pensamentos voam através de olhares e beijos sem promessas, mas que por vezes parecem conter todas as promessas do mundo.
Os beijos e os toques que não deveriam conter promessas ou compromissos parecem correntes invisíveis que nos prendem em uma promessa não dita em voz alta.
Vai saber o que acontece entre mim e você.
Não que eu precise entender, dispenso entendimentos quando me basta o sentir. Dispenso palavras quando me basta o seu cheiro e a sua presença.
Dispenso.
E mesmo que usemos toda nossa ofuscação e que outros olhos não nos vejam, nada disso importa. Não enquanto tivermos nossos poucos momentos regados a sentimentos não pronunciados ou conhecidos.
E quando eu te deixo ir e você não vai, ou quando você quer ir e eu não te deixo, no fim, sempre ficamos.
Ficamos por nada, pro nada, apenas por ficar. Pela companhia, pelo bem estar.
Então fique. Ainda é cedo e o sol não se pôs. Fique, meu bem, e deixe-me observar meu verdadeiro reflexo em seus olhos mais um pouco.