sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Cansei de tudo isso.
Eu jogo a toalha.
Se tiver que vim, venha.
Se tiver que ir, vá.
Mas apenas me deixe deitar, fechar os olhos e descansar um pouco.
É muita pressão.

domingo, 22 de novembro de 2009

'escolhas nunca são fáceis, mas nem são pra sempre, até o pra sempre acaba.'

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

isso não é um adeus.

nessas ruas esquecidas, mal asfaltadas, com pouca iluminação, eu deixo os meus passos para trás.
eles serão sugados pelas sombras, pelos becos escuros, pelos outros passos que irão de passar por aqui.
tudo o que vivemos, o que foi dito, o que foi feito, o que deixou de ser, tudo ficará para trás.
eu olho na direção contrária do sol que brilha a minha frente e não posso ver direito, não é culpa do sol ou da falta dele, é essa corrente de água que passa pelos meus olhos impedindo que eu veja meu passado.
todos estão ali, mas é como se ficasse nublado repentinamente e aos poucos vocês estão sumindo, e eu não quero isso. não.
meu desejo contido dentro do peito pede que não me esqueçam, porque eu nunca me esquecerei de vocês.
não caberia dizer sobre o amor que nutro por cada face, cada voz, cada cheiro daqueles companheiros que estiveram comigo por longas estradas, dividindo alegrias e tristezas.
a despedida é triste, mas serve para o recomeço.
recomeçar não significa esquecer o que já houve, apenas fazer tudo outra vez de forma diferente.
o que eu temo é que a distância faça o som de nossas risadas ficaram baixas com o tempo. o que eu temo é que a visualização de nossas faces seja apagadas com os dias, como uma fotografia antiga.
e logo eu, que não tenho memória muito boa. droga!
só quero que saibam que não importa o tempo e a distância, meu coração é de vocês.
daqueles que compartilharam comigo meus piores e meus melhores momentos.
daqueles que presenciaram minhas lágrimas mais doloridas e meus sorrisos mais felizes.
daqueles que comigo chutaram as pedras do caminho e cairam diante de muros altos demais pra escalar.
isso não é um adeus, é um até mais, logo nos veremos.
meu coração é de vocês e isso sim, é um fato que nunca vai mudar.


eu os amo.

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Uma noite a mais é natural.

Coração acelerado.
Respiração descompassada.
Cabeça girando.
Luzes piscando.
Mãos desconhecidas.
Vários cheiros.
Cheiro de vodka, cigarro, perfumes, suor, vômito e gozo.
Os corpos frenéticos se jogam na pista de dança ao som da Lady Gaga. Tá na moda.
Tá na moda ouvir Lady Gaga, tá na moda beber até não lembrar a face das pessoas que você beijou. Tá na moda beijar todo mundo. Homem e mulher. Tá na moda se jogar.
Poker face. Um jogo de blefes. A música combina com a situação, tudo é um jogo.
Lovegame. Um jogo que todos querem jogar. Todos amam jogos.
Tudo o que importa é o movimento, então just dance.
Os corpos se batem, se esfregam, me esfregam.
Depois de vodka, uísque, martini, cerveja e mais um monte de bebida que eu sequer recordo, tudo o que eu quero é um bad romance com boys, boys, boys.
São tantas mãos, tantas faces, tantos gostos, tantos aromas que minha mente gira.
E lá vamos nós para o second time. Tá na moda ter um segundo tempo. Vou trocar os boys pelas girls.
Tá na moda. É fashion.
Mais mãos, mais gostos, perfumes mais doces e mais bebida.
E no final de tudo... sexo.
Porque na noite isso é tudo o que realmente importa. É o que todo mundo procura.
Todos querem sexo, prazer e gozar.
Homens e mulheres, com homens e mulheres. E é isso que eu também quero e sei que é isso que você também quer. Todos querem.
E ali pelos cantos onde o jogo de luz é mais fraco, você pode sentir mais forte o cheiro de gozo.
Porque a bebida, o cigarro, o suor e a Lady Gaga parecem aumentar ainda mais o prazer de tudo isso.

terça-feira, 10 de novembro de 2009

It's over

Ela morreu.
Finalmente depois de prendê-la, castigá-la e sufocá-la, ela morreu.
Morreu aqui dentro de mim, com a voz presa na garganta e lágrimas presas na alma. Morreu diante de mim, e eu nada fiz para ajudar. Na verdade eu queria que ela morresse.
E você ajudou.
Foi você que segurou minha mão para que prendessemos a respiração dela até ela ficar roxa e perder o brilho no olhar.
Foi você que escondeu a chave do cadeado e impediu que eu abrisse a porta pra ela sair, mas a culpa foi minha também.
Eu queria que ela morresse.
Queria que ela parasse de gritar seu nome durante todo o tempo, queria que ela parasse de encher minha mente com lembranças bonitas sobre o tempo que passamos juntos, queria que ela parasse de trazer a tona o teu cheiro, o teu gosto, a tua voz. Então eu não procurei pela chave e não lutei quando a sua mão segurou a minha para juntos a sufocarmos.
E ela morreu.
Perdeu-se aqui dentro igual o grito dela perdia-se no vazio sem se propagar pra fora daquelas paredes acolchoadas.
Agora que ela morreu, eu posso viver em paz.
Já posso esquecer seu nome, sua face, tudo sobre você.
Já posso dar as costas, ir embora e seguir em frente. Antes eu estaria chorando a morte dela, estaria gritando desesperada e implorando para que fosse apenas mais um desmaio. Mas agora não. Eu nem mesmo vou enterrá-la, vou deixá-la apodrecer, ao invés de cobrí-la com terra, vou cobrir seu corpo com as memórias dolorosas que tenho de você.
Vou usar tudo de sujo que já tivemos, todas as lágrimas que já chorei por você, toda a dor que você já me causou... Vou usar tudo isso para que ela apodreça mais rápido e não posso voltar.
Obrigada por me ajudar a matá-la.
Ela morreu.
Definitivamente.
E graças e isso eu posso trancar a porta pra você e não abrir nunca mais.

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Uma parte de mim

Uma parte de mim está a gritar.
Ela está aqui dentro gritando incansavelmente pelo teu nome.
E eu a mantenho presa.
Ela se debate entre as paredes acolchoadas enquanto o grito é sufocado no vazio sem se propagar para o lado de fora.
Eu não quero que você a ouça. Não quero que ninguém a ouça.
E ela continua a gritar.Chama,clama,grita,implora por você. Implora e chora.
Mas ela vai ficar presa. Vai permanecer presa. Por paredes brancas e a prova de som. Paredes chamadas de orgulho.
Não.
Eu não vou deixar que ela se jogue aos seus pés implorando por um beijo apenas pra alimentar o insaciável desejo de ter sua saliva em sua boca.
Eu não vou deixar que ela corra até cansar as pernas apenas pra implorar que você a olhe mais uma vez nos olhos.
Eu não vou deixar que ela grite até perder a voz apenas pra ter sobre si um segundo de tua atençao.
Eu não vou deixar.
Eu vou mantê-la presa. E vou tapar-lhe a boca, e amarrar-lhe ao pé da cama.
Vou fazer de tudo pra que ela não volte atrás e resolva tentar mais uma vez.
Não vou alimentar esse vício chamado você.

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Boneca




Era uma vez uma menina.
Uma menina que gostava de bonecas.
Smpre lindas, intocáveis, de beleza imutável e perfeição invejável.
E um dia, essa menina conheceu um príncipe. Ele não morava em um reino distante, não viera em cavalo branco e ela não estava em perigo, mas foi aquele príncipe que ela escolheu pra si.
E ele lhe mostrou um mundo novo. Com novas cores, novos sons, novos gostos, outra vida.
E ela cansou de bonecas. Sempre iguais, mesmas expressões, sem sentimentos, mesmice, rotina, tédio. Morbidez.Bonecas são descartáveis era o que ela pensava.
E resolveu abandonar as bonecas. As jogou em um canto rejeitando-as e deixando-as serem consumidas por teias de aranha entre poeira e mofo.
E ela se deu ao príncipe. Se entregou de corpo e alma, por completo, com tudo que tinha, com tudo o que pode. Ela o amou do jeito que podia amar com toda a sua força.
E ele tirou dela os beijos, os toques, a pureza. E deu a ela outro mundo novo, um mundo de sujeira, promiscuidade, depravação, imundice.
Ele a iludiu, a tomou em seus braços pra depois jogá-la fora como algo descartável... Ah! Então era assim.
Era assim que as bonecas deveriam estar se sentindo quando ela as rejeitou, as desprezou, as trocou por algo novo que só a machucou.
Ela teve seu mundo desmoronado, tudo o que tinha fora tirado de si. Era como se tivessem tirado seu coração em unhas afiadas. Ela se sentiu sem vida, como se tivesse sem bateria.
Se sentiu uma boneca.
Jogada na estante dele esquecida entre a poeira e o mofo.


~~*~~
ps: pra que não souber, sou eu na foto, ok? =***