quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Mesmo que eu chore lágrimas negras e grite
O amanhã irá chegar com uma face não familiar
E eu irei me deparar com a mesma dor
Se esses dias irão continuar
Então, quero ir para bem longe
Mesmo sabendo que isso é egoísmo meu.



Anna Tsuchiya - Kuroi Namida
E eu achando que o amor, que o amor existia.
E você se calava e sorria... Só ria, só.

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Eu não sinto mais o seu cheiro.
Por vezes procuro pelos cantos da casa algo que me faça poder relembrar. Por dias a fio, sofro na esperança de algo que me alimente de você.
Ligar já não é o suficiente, te olhar ou ouvir sua voz, já não é o suficiente.
A cada dia que passa, meu ser pena em busca de você.
Um pouco que seja de você.
E quando você está por perto, eu quero mais perto, mesmo sem poder.
E quando você está por perto, eu quero mais perto, mesmo sem dever querer.
Tentei tomar decisões que pudessem me afastar de você, mas nada parece funcionar.
Eu quero, eu realmente quero não ter de depender tanto de alguém, não ter que esperar tanto de alguém, não ter que fechar os olhos todas as noites e ter o mesmo sonho.
Eu quero, eu realmente quero poder sentir tudo isso por outro alguém, ou ao menos deixar de sentir por você, porque eu já não consigo mais conter tanto amor no peito.
Eu quero ir embora, esquecer tudo isso, me esconder de tudo e seguir em frente.
Eu quero ir embora e tentar recomeçar do zero, reinventar, inovar e tentar fazer diferente.
Quem sabe no futuro a gente se esbarre e quem sabe no futuro dê certo...
Mas por enquanto, eu só quero parar de pensar em você.

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Close the door.

Sinto muito, eu não posso deixar.
Sei que por vezes você se debate e me sacode para que eu abra a porta e deixe-o sair, mas desculpe-me, eu não posso.
Não consigo me imaginar nesse quarto sem você aqui. Sem os vestígios de sua presença aqui.
Claro que ter apenas uma camisa com seu perfume e imagens soltas que eu vejo em paredes brancas não é a mesma coisa que tê-lo pessoalmente, mas ainda é algo de você e não posso deixar esse algo ir embora também.
Sinto muito, mas não posso abrir a porta.
Eu não consigo imaginar esse quarto sem as tuas lembranças. Por vezes, implorei e briguei comigo mesma querendo me impedir de mudar algo.
Por vezes lutei por dentro e modifiquei coisas.
Mudei de casa, de quarto, coloquei móveis novos, tirei móveis antigos.
Mudei as coisas de lugar e joguei fora roupas que me lembravam você.
Queimei cartas, rasguei cartões, corte fotos.
Mas nada.
Você ainda continua em mim. Chorei tudo o que tinha e podia pra tentar te lavar daqui, mas nada adiantou.
Te sinto aqui, hoje, tanta quanto te sentia há anos atrás. E por mais que você me olhe e lacrimeje pedindo que eu lhe deixe ir, eu não deixo.
Sei que me machuca, me dói e me corrói manter essa lembrança tão fixa em mim, mas já não suporto a ideia de te ver partir totalmente.
Preciso de você e dessa coisa que me alimenta.
Eu sigo sorrindo e 'amando' e vivendo, mas te trago em mim.
Então desculpa, mas não tenho forças pra abrir a porta e te deixar partir.
Mesmo que você não esteja mais comigo, eu vou sim, me agarrar a sua lembrança.

quinta-feira, 2 de setembro de 2010



Na verdade eu não acredito mais em para sempre.
Queimei todos os livros de contos de fadas, quebrei todas as bonecas lindas e perfeitas que teriam um futuro magnífico ao lado de bonecos igualmente formidáveis.
Exclui todas as músicas que falam sobre amores patéticos e apaguei todos os filmes e seriados com cenas românticas e ilusoriamente encantadoras.
Não acredito mais no para sempre.
Nem mesmo me lembro qual foi o último em que acreditei.
Tudo o que posso dizer hoje, é que deixei de ser crédula em muitas coisas, uma delas foi o amor.
Não que eu esteja sofrendo desesperadamente por senti-lo. A questão é justamente o contrário, eu não o sinto mais. Ele já não toca minha campainha ou me liga ou me tira o sono em meio à noite.
Ele já não está aqui.
Vou dormir sossegada e quando quero. Não há mais uma sombra no meu quarto sussurrando palavras doces em meu ouvido. Não há mais nada.
Não há mais companhia e quando falo sobre companhia, falo sobre amor.
Há sim, pessoas que vem e vão, umas demoram uns dias a mais que outras, mas no final, sempre se vão e levam junto qualquer esperança mínima de que o amor parta dali.
Elas se vão e nem sequer me deixam sua falta. Taí a prova de que não houve mesmo amor em nenhum momento da noite. Ou das noites, dependendo do meu humor.
Ou dependendo do porre.
Nisso sim eu acredito. Na diversão, na bebida, nos amigos, mas nunca acredito num quase alguma coisa qualquer que poderia surgir naquela cama em alguma noite.
Hoje tudo que eu vejo ou ouço sobre romance, se resume a nada pra mim. Não me atraí, não me instiga, não me acende. Nada. Não há nada.
O copo de vinho e a solidão são meus únicos companheiros. Talvez no fundo, bem lá no fundo eu sinta falta de algo mais, porém é difícil de admitir.
Depois de certo tempo usando a máscara, não é tão fácil tirá-la e mostrar sua vulnerabilidade. Você se acostuma com a pose de forte e de que tudo vai ficar bem.
E quando você desacredita de tudo é que a máscara cola mais no seu rosto.
Às vezes repetimos uma mentira pra nós mesmos tantas vezes, que no final da noite é provável que acreditemos nela.
Quem precisa de companhia na noite quando se tem a máscara da inércia?
Inércia. É isso mesmo.
Depois de desacreditar de tudo, resta apenas a inércia. Talvez inércia seja o nome da minha solidão. Nunca perguntei o nome dela.
De qualquer forma, mesmo sem saber seu nome, sei que é ela que me acompanha e que dorme comigo todas as noites. E pelo menos sei que pra ela eu não preciso fingir.
Posso chorar, praguejar e quebrar copos na parede, que ela silenciosamente acompanha o meu sofrimento sem maiores manifestações.
E depois deita comigo sem perguntas ou porquês.
Hoje, eu só acredito nela.
Só acredito na solidão.
Mas não acredito mais em para sempre.
Tanto que por vezes acordo no meio da noite pra ter certeza que a solidão tá ali, porque nem ela eu sei se vai ficar sempre comigo.
Talvez algum dia eu tenha apenas a mim mesma.
E nada mais.