domingo, 7 de março de 2010

Sempre arde. Sempre queima. Sempre teima em não descer sem machucar, sem magoar, sem marcar.
Gostos nem tão diferentes, mas nem iguais de forma alguma. Mais álcool, menos álcool. Mais doce, menos doce. Mais intenso, menos intenso.
Mas sempre queima e teima. Teima em não descer sem me fazer lembrar de fantasmas que se agarram as paredes tentando escalar o muro que eu criei para mantê-los no passado. Droga de passado que teima em se expor. Teima em se aventurar e quebrar as unhas tentando subir as paredes, teima em gritar dentro de mim ao sentir o líquido frio bater contra si.
Vodka. Vinho. Montilla. Cerveja. Uísque. Qualquer que seja.
Nem todos com gostos iguais, nem todos tão diferentes assim.
Eu me seguro na parede e seguro o copo. Eu me deito no chão e deito o copo na boca. E bebo. Pra esquecer mesmo que momentaneamente, ou quem sabe pra lembrar. Pra não fazer merda, ou quem sabe justamente pra ter coragem de fazê-la.
Ela desce queimando e eu queria que suas mãos queimassem junto com ela e descessem junto com ela. A bebida que alimenta, acalenta e atormenta.
E mesmo com olhos fechados, cabelos desgrenhados e desejos controlados, ela insiste em queimar, apenas pra satisfazer-se ou pra me satisfazer.
Talvez por querer, talvez por prazer.
Talvez apenas pra alimentar a maldita falta de você.

Um comentário:

Rony disse...

que papo de bêbado rs