domingo, 24 de julho de 2011

Sobre o sentir.

Quando pequena, eu acreditava em conto de fadas. Esperava na janela um príncipe que viesse em um cavalo branco me levar pra um castelo maravilhoso onde eu seria eternamente feliz.
É isso que faz uma criança ser pura. Sua inocência.
Com o passar dos anos aprendi que contos de fadas são apenas contos. Histórias ilusórias contadas pra fazer meninas sonharem com amores perfeitos.
Outra ilusão. Amores perfeitos não existem.
Não existe princesa e nem príncipe encantado. Ninguém é perfeito.
Hoje não acredito mais em conto de fadas, mas acredito nas pessoas. E no amor.
Queria eu não acreditar. Isso de sentir fere a gente, como ferro quente queimando a pele. Fere e machuca.
Tenho em mim essa síndrome shakespeariana que me faz acreditar que tudo pode ser melhor, que o amor pode se fazer presente e que a felicidade está a um toque de distância. Queria eu ser menos crédula na humanidade.
Mas mesmo diante de um mundo deteriorado e uma sociedade subversiva, eu ainda acredito em uma solução, em um lugar melhor e no coração das pessoas. E acima de tudo acredito no amor.
Acredito que o amor pode salvar, e ele salva.
Hoje sobre esse sentir, eu tenho dúvidas. Nunca fui boa com isso. Costumo fazer 90% das coisas bem, mas quando os outros 10% envolvem isso de sentir, eu sempre acabo fazendo algo impulsivo. Maldita mania de querer me jogar de cabeça nas coisas.
Agora me pego aqui, sem saber o que pensar, ou o que sentir. Me pego questionando-me sobre uma possibilidade. Ou se realmente ela existe.
Encontro de olhares disfarçados, sintonia, sorrisos e vez ou outra gestos, me deixam confusa. Você me deixa confusa.
Me pergunto agora se isso é uma tentativa do destino de me levar de volta aos contos de fadas. Se é uma pegadinha para que eu me torne criança novamente.
Só porque outro dia acordei com vontade de ver balões coloridos e cantar para o mundo. Isso de sentir é mesmo estranho, ainda mais pra mim que sou ligada em coisas simples. Talvez eu ainda tenha em mim aquela criança pura que sorria ao final de todo 'E foram felizes para sempre'. Talvez ainda haja aqui dentro uma criança dormindo e esperando que o som de um cavalo se aproximando a desperte.
Por hora, só o que posso fazer é esperar. E tentar me entender e te entender.
E talvez fazer com que nos entendemos.
Agora só me resta ver se o destino vai me levar a um conto de fadas pra me fazer voltar a crer, ou se ele vai apenas mais uma vez passar na minha cara que finais felizes não existem. Ou ao menos pra mim.

Um comentário:

André Walker disse...

Nossa! que saudade do teu blog!

bom... A vida é uma folha em branco e nós temos o lapis pra desenhar, escrever, pintar tudo aquilo que quisermos, assim como um desenho, as coisas nem sempre vão sair perfeitas, mas é no processo de criação que a "magia" acontece!

beijo!