quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Um corpo parado, continua parado.

E na maioria das vezes eu olho os outros rostos com o intuito de que algo desperte dentro de mim.
Inútil. Sorrir e receber sorrisos se tornou inútil.
Não há nada, não há mais nada aqui dentro.
Às vezes o vazio parece tão grande que eu me perco e não sei dizer o que se sinto, ou se ao menos sinto algo.
Fico irritada quando penso em me mover, em seguir em frente, não é que eu não queira prosseguir, é que eu não sei como, juro que não sei.
Toda a indecisão que habita aqui dentro, acho que é inércia.
Sim, é isso, claro.
Inércia.
Um corpo parado tende a continuar parado.
Um corpo se movendo tende a continuar se movendo em velocidade constante.
Estou parada.
E parada continuo. Continuarei, até que alguém me empurre ou me puxe.
Por isso eu olho outros rostos com o intuito de que algo desperte.
Isso, eu quero uma pedra quebrando o vidro da minha janela, um carro batendo na traseira do meu carro e me sacudindo. Quero algo que me acorde, me desperte desse sonho constante, onde eu continuo parada.
Se estou parada, não há continuação.
Aí eu vagueio e volto ao nada, a esse vazio aqui dentro.
E ficamos assim, eu, a minha inércia e os sorrisos que talvez um dia despertem algo.

4 comentários:

Valéria disse...

Um dia tem que despertar né flor?
Algum diaaaa...
é impossível que isso continue assim

http://myobsessionn.blogspot.com/

André Walker disse...

Olá! Cara... Gostei muito das suas escritas... (O lay out do blog também!)
To lendo, to seguindo!

^^

Aline A. disse...

é o que se espera quando está inerte, só não sei se virá de um sorriso...

Unknown disse...

achei incrível esse texto. alias, achei incrível seu blog.

É como não saber mudar, continuar ser quem você é, por nao saber ser diferente... no final, nem existe um motivo forte o suficiente para trazer a tal mudança...