terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Um copo de calmaria com dois cubos de sanidade

A porta foi aberta, a luz invadiu a sala. As sombras foram aos poucos sumindo de forma acanhada. Aquela luz adentrou tudo ao meu redor e iluminou as mais obscuras frestas na parede de tintura falha.
Ela clareou meu dia e minha noite. Nem mesmo o céu em sua negritude consegue mais obscurecer minha vida.
Minha luz, sua luz, essa luz.
Essa luz do seu sorriso.
Tudo gira quando você está lá, nada fica no lugar, porque minha pele se arrepia e aquele calor gostoso e aconchegante se faz presente.
Efeitos da luz.
Clara e quente.
Minha luz é você, tem mais algo a se dizer no momento? Não! Não tem.
Sua luz quis se transformar em minha luz, e me preencheu. Agora a gente sente junto na beira da lareira com um copo de vinho com dois cubos de gelo.
Tudo parece tão calmo. Tão são.
Não há mais copos espatifatos no espelho ou marcas de soco na parede.
A luz mandou a escuridão pra longe.
E se o som tocar algo obscuro e a tristeza bater a porta, a gente se envolve na luz como em um manto e ri da cara da solidão.
Não há mais lugar pra ela, nem em mim, nem em você.
Não há mais eu, não há mais você, há o nós.
E somente o nós.
Entrelaçados pelas correntes quentes de luz.
Então enche o copo e vamos continuar sorrindo e vendo o fogo crepitar.
Enche o copo.
Um copo de calmaria com dois cubos de sanidade.

2 comentários:

EmileJ disse...

AMEI SEU TEXTO!
muito bom!
a calmaria é sempre bom, ainda mais quando o outro pode trazer essa paz :D
bjuuuuux

rui disse...

Amanda entre a calma e o nervoso a calma acaba sempre por sair vencedora.........
Duas pessoas que se gostam com temperamentos bastante diferentes..
algum deles acaba por moldar o outro a sua maneira..a felicidade está no momento em que nosso coracao sente Paz.